segunda-feira, 13 de junho de 2011

Promessas Matrimoniais por Martha Medeiros


Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre:  

"Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?"
 
Acho simplista e um pouco fora da realidade.  Dou aqui novas  sugestões de sermões:

Promete não deixar a paixão
fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade? 
 
   Promete saber ser amiga(o) e ser amante, 
sabendo exatamente quando devem entrar em cena
uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla
Identidade ou numa pessoa menos romântica?
  
Promete fazer da passagem dos anos 
uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
  
Promete sentir prazer de estar
com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo
simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e
portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?

                                          Promete se deixar conhecer?

                               Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?

Promete que fará sexo sem pudores, 
que fará filhos por amor e por vontade, e não porque
é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes
e bem informados sobre a realidade que os aguarda?  
                                Promete que não falará mal da pessoa 
com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
                                      Promete que a palavra liberdade
 seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
  
Promete que será tão você mesmo
 quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher:  
                                          DECLARO-OS MADUROS!

Um comentário:

  1. Acredito que a Martha Medeiros sabe como ninguém verbalizar o que geralmente pensamos; me encontro cada vez que leio uma crônica dela. E essa do matrimônio é um estalar de chicote nas pessoas que embarcam no casamento como que: "vamos ver o que vai dar!"...
    Muitas promessas deixam de ser cumpridas ainda durante o namoro.
    Bjkas

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