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Amanhecer em Arambaré 2009 |
Minha pouca inspiração para escrever o que estou sentindo faz com que o silencio domine meu blog. Tento não postar amenidades e futilidades, porém é difícil descrever os sentimentos que habitam nossa mente, nosso coração, até mesmo nossas indignações são restritas pela ética ou pela moralidade. Quando nascemos recebemos o dom divino da cognição, daí em diante cabe a nós buscarmos conhecimento, e diante disso formar opiniões que muitas vezes esbarram nos interesses alheios. Infelizmente a vida é cheia destes subterfúgios e assim vamos falando...falando e não dizendo nada.
Então vou deixar para vocês um poema do meu poeta favorito, depois de Castro Alves, é claro!Sossega coração! Não desesperes!
Solar - Salvador/Ba 2008 |
Fernando Pessoa, 2-8-1933.
Sossega coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa.
Antes que tudo em tudo se transforme.
Antes que tudo em tudo se transforme.
Acredito que no final sempre conseguimos passar algo de nós, que nos aflige para ganhar mundo e retemos algo que é nosso, é interno e não conseguimos dividir...
ResponderExcluirÉ como uma oração silenciosa.
Bom fim de semana!