Novo desafio
Acessar um curso superior em 1980 era quase impossível, pois haviam poucas universidades públicas e muita concorrência por estas vagas. Sem FIES, ENEM e outras alternativas para garantir o acesso a faculdade, restava concluir o ensino médio e disputar ferrenhamente num vestibular com 500 ou mais alunos para cada uma vaga. Nesse ano eu frequentava o 3º ano numa escola em Camaquã, acabei abandonando o curso, pois as aulas eram no turno da noite e eu trabalhava durante o dia e estava grávida. Só consegui retornar em 2003 quando consegui uma vaga (muito disputada também) na Escola de Ensino Médio José Maurício, em Gravataí. Vale relatar que quando fui me inscrever para a vaga, a diretora perguntou:
- Desde quando tu não estudas?
Respondi:
- Desde 1980.
No que ela argumentou:
- Vai ser difícil!
E eu:
Posso tentar? Se você deixar, prometo fazer o meu melhor.
E nesse ano letivo obtive as melhores notas e fui indicada por todas as turmas para ser a oradora na formatura.
No ano seguinte comecei a estudar Direito, fiz algumas matérias e acabei desistindo porque era caro demais e não me identificava com o curso.
Retornei a sala de aula em 2015, no IFSUL para cursar Técnico em Informática ao qual tenho orgulho de ter o diploma. Porém, faltava aquela que sempre quis, a graduação superior. Toda esta história é para falar que graças as ótimas notas em matemática e língua portuguesa consegui vaga para estudar Engenharia de Produção no IFSUL. O processo para matrícula foi exigente, mas finalmente foi deferida. Cheguei a pensar em desistir, deixar a vaga ´para os mais jovens, mas resolvi tentar e vou dar o meu melhor também. As aulas começam em breve e estou muito feliz!
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