Eu, 1963! |
Quando era criança, minha família reunia-se no feriado de Páscoa na casa da vó Lidia, eram dias regados com banquetes maravilhosos, não podíamos ligar a televisão nem o rádio, porém era o único dia que nos permitiam tomar vinho com água ( na verdade mais água do que vinho). Meus primos e eu ficávamos em volta dos adultos, pois não nos era permitido correr e fazer algazarras, os mais velhos diziam que se houvesse excessos de nossa parte, iriam nos pegar no Sábado de Aleluia. Nunca apanhamos, pois antigamente as crianças respeitavam os adultos e as regras não eram questionadas. No domingo era só festa, procurando os ninhos. Nossos pais faziam as compras e dividiam, assim todos ganhavam a mesma quantidade e cada um fazia seu ninho com nome para procurarmos depois. Passei aos meus filhos essa maneira de festejar a Páscoa, com amor, unidos e com igualdade.
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Minha vó Lidia e primo Antonace (in memoriam) |
Já tivemos Páscoa com
pouca grana, mas uma em especial tornou-se inesquecível. O Manoel
trabalhava na prefeitura, e eu estava desempregada. Fizemos um almoço
gostoso mas simples, acho que foi massa com sardinha na Sexta-feira e
para o domingo de Páscoa compramos uma caixa de bombons e dividimos
nos ninhos dos nossos três filhos. Foi uma Páscoa boa, na paz, as
crianças sempre foram muito compreensivas neste sentido.
No
entanto, o jornal da cidade estava fazendo uma promoção que
premiava com uma cesta enorme a criança que fizesse um desenho
criativo sobre a Páscoa. A Bruna tinha uns 7 anos na época e fez um
desenho, quando vi o tal desenho achei que não tinha chance nenhuma,
mas mesmo assim inscrevi-a no concurso, confesso que não tinha
nenhuma expectativa da vitória, pois minha filha havia desenhado um
mapa para o Sr. Coelhinho localizar nossa casa, era muito singelo sem
cores e talvez os jurados não entendessem o sentido do desenho. E na
segunda-feira para nossa alegria, aquele desenho simples, foi
escolhido pelo jornal e a Bruna recebeu uma linda e gigante cesta
cheia de chocolate. Talvez o que os jurados nunca souberam é que a
Bruna era a criança mais generosa que conheci, dividia tudo que era
dela e assim a Emanuelle e o Leonardo também foram contemplados com
o prêmio naquela Páscoa diferente das anteriores. Quando achar o
recorte do jornal, posto a imagem daquele dia feliz. Agradeço a
todos que votaram no desenho da Bruna e ao Correio de Gravataí que
promoveu este concurso.
FELIZ PÁSCOA para todos!! Exercite a tolerância, o amor e o perdão e seja feliz!!